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Casamento: moda, obrigação, atraso ou escolha?



Segundo o dicionário Michaelis, o casamento é um ato solene de união entre duas pessoas numa cerimônia que celebra vínculo conjugal e união de um casal, legitimada pela autoridade civil e/ou religiosa. Atualmente, ele é visto como uma ação, contrato, formalidade ou cerimônia que deve ser realizado para estabelecer uma união conjugal, em que os envolvidos têm como propósito a vida em conjunto, que envolve o compartilhamento de interesses, atividades e responsabilidades, em busca do bem comum e estabelecimento de uma nova família.

Obrigação:
As primeiras formas de casamento eram vistas como ferramentas de manutenção de relacionamentos entre grupos sociais ou étnicos. As famílias/sociedades viam no casamento uma forma de estabelecer alianças e conquistar aliados, constituindo relações diplomáticas e laços econômicos. Por muito tempo, casamentos eram arranjados pelas famílias dos noivos, que buscavam conseguir perpetuar alianças ou a manutenção do poder econômico familiar ao promoverem casamentos entre famílias com posses maiores ou de tamanho similar. O desejo dos noivos de certa forma não contava e, reforçada pela opressão feminina dessa época, muitos casais se uniram sem ao menos se conhecer, simplesmente em obediência aos pais e os interesses deles.

Moda:
Segundo matéria publicada no site Globo.com, o casamento voltou a ficar na moda entre os jovens, Essa pesquisa afirma que o casamento está nos planos de 19% da geração que têm entre 15 e 20 anos, e de 17% da geração que tem de 21 a 34 anos. No Brasil, por sua vez, isso está acontecendo cada vez mais tarde. Nas décadas de 80 e 90, os homens se casavam com 27 anos, em média, e as mulheres com 24. O levantamento mais recente mostra noivos com 33 anos, em média, e noivas com 30 anos. O casamento já esteve muito mais na moda. Depois do auge nos anos 70, o número de casamentos no Brasil caiu bastante.
Nos últimos 14 anos o número de casamentos voltou crescer, provavelmente impulsionado por dois fatores em especial: A necessidade de independência - saída dos filhos da casa dos pais - ou uma gestação inesperada (sendo que essa causa nem sempre termina em casamento, mas na união “estável” do casal sem casar-se).

Atraso:
Mesmo com a quantidade de casamentos crescendo, para muitos jovens ele não é bem visto. Jovens que já convivem com outras obrigações (com os pais, a religião, a vida profissional e assim por diante), e tendem a priorizar sua realização individual. E em um casamento, passamos a ter “um sócio” com 50% dos votos para discutir e negociar todos os aspectos da vida sendo que as divergências de opinião tendem a virar impasses. E multiplicando-se tarefas (criar filhos, planejar férias, constituir patrimônio, etc.) aumenta a responsabilidade e estresse. E diante das adversidades, se o casamento está mal, é “simples”: se você não optar por mudar na relação (que invariavelmente incide em mudar primeiro), simplesmente desiste e quer sair do casamento. Dessa forma, eles concluem: pra que se estressar com isso se pode viver e curtir a vida sem esse tipo de compromisso? Tornou-se um grande desafio convencer a juventude atual da importância e benefícios de um casamento saudável e amparado pela proteção divina.

O Projeto de Deus para o casamento: uma escolha certa
Nossa vida é uma sucessão de escolhas. E no casamento não é diferente. A vida a dois só pode ser construída com escolhas certas, inicialmente de dar a Deus a primazia em benefício do cônjuge: respeitar, amar, perdoar, adaptar, abdicar, aprender, construir juntos ao longo da caminhada como casal planejada por Deus, independente das circunstâncias.
O casamento é uma ordenança cristã. Quando o casal se ama a ponto de se entregar em uma relação de renúncia do eu (consciente, não existe obrigação), então devem deixar seus pais e se unir em um matrimonio. Entender isso nos leva além das adversidades cotidianas e das dificuldades também, pois um casamento baseado nos princípios bíblicos é fundamentado no amor. Esse sentimento que une, perdoa, ajuda e completa a lacuna que temos desde o momento que nascemos. E através desse fundamento vemos o nosso cônjuge como aquilo que faltava para viver e ser feliz, não como um adversário (ou um sócio, como citado no tópico anterior), mas como um companheiro (a). Vemos nosso cônjuge e apaixonados escolhemos amar. Veja o exemplo de Adão, que ao ver Eva a amou e disse "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!” (Gênesis 2:23a) É o fim do eu e o início do nós!
Assim, esse é o plano de Deus para nós. Um casamento forte gera famílias fortes, que por sua vez fortalecerá a sociedade em que vivemos. E precisamos estar conscientes de que os livros, os periódicos, os seminários, os vídeos e os sermões sobre a felicidade num casamento “até que a morte os separe” não nos isenta da responsabilidade de transformamos nossos relacionamentos conjugais em exemplos; modelos dignos de serem imitados pelos adolescentes e jovens que precisam ver em nossas famílias a materialização ou a concretização dos princípios bíblicos que tanto pregamos.
Eis o desafio.
Escolha viver.
Escolha casar e amar seu cônjuge como a si mesmo.
Como Jesus nos ensinou. E podemos acreditar em um futuro melhor para as gerações que virão.

Que Deus nos abençoe!



Fontes Bibliográficas
CASAMENTO NA MODA - Pesquisa revela que o casamento voltou a ficar na moda entre os jovens – Globo.com (visitado em 15/03/16) em http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/01/pesquisa-revela-que-o-casamento-volta-ficar-na-moda-entre-os-jovens.html
SAGRADA, Biblia. Nova Versão Internacional.
SIGNIFICADO DE CASAMENTO. Dicionário Michaelis online (visitado em 14/03/16) emhttp://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?palavra=casamento
HISTÓRIA DO CASAMENTO. Portal Mundo Educação (visitado em 14/03/16) 
João Paulo de Almeida Silva João Paulo de Almeida Silva Author Bacharel em Teologia (formado no ano de 2015 na Faculdade Teológica Batista de São Paulo). Membro da Igreja Evangélica Batista em Perdizes desde 2014.

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