Casamento: moda, obrigação, atraso ou escolha?
novembro 30, 2016Segundo o dicionário Michaelis, o casamento é um ato solene de união entre duas pessoas numa cerimônia que celebra vínculo conjugal e união de um casal, legitimada pela autoridade civil e/ou religiosa. Atualmente, ele é visto como uma ação, contrato, formalidade ou cerimônia que deve ser realizado para estabelecer uma união conjugal, em que os envolvidos têm como propósito a vida em conjunto, que envolve o compartilhamento de interesses, atividades e responsabilidades, em busca do bem comum e estabelecimento de uma nova família.
Obrigação:
As primeiras formas de casamento eram vistas como ferramentas
de manutenção de relacionamentos entre grupos sociais ou étnicos. As
famílias/sociedades viam no casamento uma forma de estabelecer
alianças e conquistar aliados, constituindo relações diplomáticas e laços
econômicos. Por muito tempo, casamentos eram arranjados pelas
famílias dos noivos, que buscavam conseguir perpetuar alianças ou a manutenção
do poder econômico familiar ao promoverem casamentos entre famílias
com posses maiores ou de tamanho similar. O desejo dos noivos de certa forma
não contava e, reforçada pela opressão feminina dessa época, muitos casais se
uniram sem ao menos se conhecer, simplesmente em obediência aos pais e os
interesses deles.
Moda:
Segundo matéria publicada no site Globo.com, o casamento voltou
a ficar na moda entre os jovens, Essa pesquisa afirma que o casamento está
nos planos de 19% da geração que têm entre 15 e 20 anos, e de 17% da geração que
tem de 21 a 34 anos. No Brasil, por sua vez, isso está acontecendo cada vez
mais tarde. Nas décadas de 80 e 90, os homens se casavam com 27 anos, em média,
e as mulheres com 24. O levantamento mais recente mostra noivos com 33 anos, em
média, e noivas com 30 anos. O casamento já esteve muito mais na
moda. Depois do auge nos anos 70, o número de casamentos no Brasil
caiu bastante.
Nos últimos 14 anos o número de casamentos voltou crescer, provavelmente
impulsionado por dois fatores em especial: A necessidade de independência -
saída dos filhos da casa dos pais - ou uma gestação inesperada (sendo que essa
causa nem sempre termina em casamento, mas na união “estável” do casal sem casar-se).
Atraso:
Mesmo com a quantidade de casamentos crescendo, para muitos
jovens ele não é bem visto. Jovens que já convivem com outras obrigações (com
os pais, a religião, a vida profissional e assim por diante), e tendem a
priorizar sua realização individual. E em um casamento, passamos a ter “um
sócio” com 50% dos votos para discutir e negociar todos os aspectos da vida
sendo que as divergências de opinião tendem a virar impasses. E
multiplicando-se tarefas (criar filhos, planejar férias, constituir patrimônio,
etc.) aumenta a responsabilidade e estresse. E diante das adversidades, se o casamento está
mal, é “simples”: se você não optar por mudar na relação (que invariavelmente
incide em mudar primeiro), simplesmente desiste e quer sair do casamento.
Dessa forma, eles concluem: pra que se estressar com isso se pode viver e
curtir a vida sem esse tipo de compromisso? Tornou-se um grande desafio
convencer a juventude atual da importância e benefícios de um casamento saudável
e amparado pela proteção divina.
O Projeto de Deus para o casamento:
uma escolha certa
Nossa vida é uma sucessão de escolhas. E no casamento não é
diferente. A vida a dois só pode ser construída com escolhas certas,
inicialmente de dar a Deus a primazia em benefício do cônjuge: respeitar, amar,
perdoar, adaptar, abdicar, aprender, construir juntos ao longo da caminhada
como casal planejada por Deus, independente das circunstâncias.
O casamento é uma ordenança cristã. Quando o casal se ama a
ponto de se entregar em uma relação de renúncia do eu (consciente, não existe
obrigação), então devem deixar seus pais e se unir em um matrimonio. Entender
isso nos leva além das adversidades cotidianas e das dificuldades também, pois
um casamento baseado nos princípios bíblicos é fundamentado no amor.
Esse sentimento que une, perdoa, ajuda e completa a lacuna que temos desde o
momento que nascemos. E através desse fundamento vemos o nosso cônjuge como
aquilo que faltava para viver e ser feliz, não como um adversário (ou um sócio,
como citado no tópico anterior), mas como um companheiro (a). Vemos nosso
cônjuge e apaixonados escolhemos amar. Veja o exemplo de Adão, que ao ver Eva a
amou e disse "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha
carne!” (Gênesis 2:23a) É o fim do eu e o início do nós!
Assim, esse é o plano de Deus para nós. Um casamento forte
gera famílias fortes, que por sua vez fortalecerá a sociedade em que vivemos. E
precisamos estar conscientes de que os livros, os periódicos, os seminários, os
vídeos e os sermões sobre a felicidade num casamento “até que a morte
os separe” não nos isenta da responsabilidade de transformamos nossos
relacionamentos conjugais em exemplos; modelos dignos de serem imitados pelos
adolescentes e jovens que precisam ver em nossas famílias a materialização ou a
concretização dos princípios bíblicos que tanto pregamos.
Eis o desafio.
Escolha viver.
Escolha casar e amar seu cônjuge como a si mesmo.
Como Jesus nos ensinou. E podemos acreditar em um futuro melhor para as
gerações que virão.
Que Deus nos abençoe!
Fontes Bibliográficas
CASAMENTO NA MODA - Pesquisa revela que o casamento voltou
a ficar na moda entre os jovens – Globo.com (visitado em 15/03/16) em http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/01/pesquisa-revela-que-o-casamento-volta-ficar-na-moda-entre-os-jovens.html
SAGRADA, Biblia. Nova Versão Internacional.
SIGNIFICADO DE CASAMENTO. Dicionário Michaelis online (visitado em
14/03/16) emhttp://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?palavra=casamento
HISTÓRIA DO CASAMENTO. Portal Mundo Educação (visitado em 14/03/16)
João Paulo de Almeida Silva
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Author
Bacharel em Teologia (formado no ano de 2015 na Faculdade Teológica Batista de São Paulo).
Membro da Igreja Evangélica Batista em Perdizes desde 2014.